Finalmente vou postar um texto que tenho pensado em postar há algum tempo...
É um texto um pouco antigo, quase que um desabafo num momento bem complicado da minha vida.
Mas fico feliz ao lê-lo e ver que, na maioria dos assuntos que aborda, ele segue bastante atual e impactante.
Espero que você possa não apenas lê-lo, mas refletir se contém verdades e se vale a pena mudar em algum dos aspectos citados.
É grande, mas vale a pena...
O AMOR CRISTÃO:
Sentimento verdadeiro ou hipocrisia Generalizada?
"O amor é o cartão de identidade do Cristão". Esta afirmação do pastor Jabes de Alencar faz-nos repensar a cerca de a quantas anda a cristandade na atualidade. Outra afirmação – que vem em contra-partida à esta – que também serve de base para discussão é a seguinte: Todo relacionamento, diz Nietzsche, é fruto de uma "confluência de interesses". Num primeiro Momento, esta afirmação – que é bastante forte – pode parecer descabida, mas será que o “amor cristão”, que deveria ser a grande prova de que este filósofo estava errado, não deu, e continua dando, prerrogativas para que aquele – assim como tantos outros – possam se dar o direito de questionar a autenticidade deste amor?
Paulo, em sua primeira carta à Igreja de Corinto, afirma: “Ainda que eu falasse a língua dos anjos e dos homens, sem amor, seria como metal que soa ou sino que tine. Renato Russo, em sua releitura deste meso trecho, é ainda mais incisivo quando diz que “sem amor, eu nada seria”! Como tratamos do amor cristão, tomemos como consolidação da relevância do amor, as palavras do próprio Cristo, que, quando perguntado acerca de qual seria o mandamento mais importante – da lei – afirmou: Amai a Deus com toda a tua alma, entendimento, e forças, e ao teu próximo como a ti mesmo.
Porém, o que se há de perceber, é que nos casos de Paulo, Renato e, principalmente, de Cristo, não se trata de um “falso amor” – se é que este termo é pertinente – trata-se de um amor real, altruísta, incondicional, bem diferente de outras “manifestações sentimentais” que se pode perceber nos nossos dias.
Depois de passar por venda de “lotes celestiais”, morte de quem discordasse dos “Enviados de Cristo”, entre muitas outras coisas, hoje, a cristandade continua passando por crises tão sérias que – mais uma vez – fazem repensar a real identidade dos “herdeiros do legado de Cristo”.
Hoje, milhares de pessoas morrem todo minuto, quer seja de fome, frio, falta de assistência (hospitalar ou de qualquer outra ordem), nós, os “identificados pelo amor” nem lembramos destas milhares de pessoas pois estamos muito ocupados com temas de mais relevância como: a reforma ou construção de nossos impetuosos templos; as verdadeiras guerras eleitorais para decidir quem tomará as rédeas de nossos grupos, manifestações; nossas festas, que têm como objetivo secundário ou até terciário (na prática e não nos discursos) o bem-estar daqueles que estão à volta de nossas Igrejas; estratégias para vencer o “inimigo” que – através de nossos vizinhos – busca atrapalhar nossos importantíssimos louvorsões, vigílias, ou que quer que seja, só porque não estão conseguindo – em suas casas – assistir TV, conversar, ou mesmo dormir. A propósito, o que nós temos a ver com nossos vizinhos? Eles não fazem parte do nosso grupo, não é mesmo? Aliás, quem é o nosso próximo? Uma coisa eu sei: não é aquele que viajou mais de uma hora ao nosso lado – no ônibus – e cujo nome nem sabemos.
Afinal, somos da “geração MP3”, os fones nos ouvidos servem como instrumento de tele-transporte. Tão entretidos no que ouvimos, conseguimos sair daquele ambiente incômodo e FAZEMOS DE CONTA que não há, ao nosso redor, dezenas de pessoas precisando de ajuda. Preferimos nos excluir deste “Mundo Secularizado” e nos concentrar nas “coisas do alto”. Ou, ao menos, fazemos de conta.
Até porque, fazer de conta ao que parece, precisa ser uma especialidade de todo cristão que se preze, pois precisamos parecer ser ainda que não sejamos – a fim de dar um bom testemunho. Às vezes, chegamos a extremos como o de afirmar que esta ou aquela atitude torna-se pecado ou não dependendo do lugar em que aquela seja executada, ou às proporções que tome.
Essa vida de faz de conta tem transformado, a cada dia, a cristandade numa verdadeira “sociedade de hipócritas” (me perdoem a impetuosidade do termo; mas não consegui achar outro que o pudesse substituir), é necessário se pregar e cantar nas Igrejas valores que a cada dia estão mais longe da vida daqueles que frequentam-na, mas isto não importa, o importante é que, ao olhar dos outros, pareçamo-nos – ainda que não sejamos – aquilo que esperam de nós.
Assim, não é tão complicado (infelizmente) compreender a necessidade de falar-se tanto de amor, cantar-se tanto esse amor. Parece que é o único meio de – sem amar – mantê-lo próximo a nós. Ou talvez a Igreja de hoje – a exemplo do nazismo alemão – esteja partindo do pressuposto de que “uma mentira repetida várias vezes torna-se verdade”. Parece-me que nós – tão acostumados com essa vida de faz-de-conta – já estamos acreditando em fantasias que nós mesmos criamos.
Amar com Ele [Deus] nos amou, pede Kleber Lucas, mas, será que nós estamos realmente nos espelhando no amor Divino? Foi este amor hipócrita, mentiroso, interesseiro e ilusório que Ele nos deixou? Como requerer de um mundo que jaz no maligno um amor que nós – filhos do Deus que é amor – não conseguimos oferecê-los? Aliás, como falar de amor se não conseguimos lutar por outras consequências naturais dele como, por exemplo, a justiça e a paz? Como entender uma Igreja que ama, aplaudir ilustres filhos seus que promovem injustiças e guerras?
Não! Definitivamente não posso aceitar que este sentimento totalmente banalizado que reside – hoje – no seio da cristandade seja o amor proposto tantas e tantas vezes na Bíblia Sagrada. Um amor Verdadeiro, que não folga com a injustiça nem busca proveito próprio.
Acredito eu que a Cristandade precisa urgentemente acordar para esta realidade e decidir se vai continuar nessa vida de faz-de-conta, privilegiando o parecer em detrimento do ser; e ver o mundo seguir no caminho que vai hoje. Ou se vai dar um basta nisto tudo e promover a verdadeira Reforma, a REFORMA DO AMOR que trará ao mundo anseios tão longínquos como a paz e a justiça. Só então poderemos afirmar, sem receio algum, que o amor Cristão – mas não uma hipocrisia sentimental chamada de amor, e sim o verdadeiro amor – é o sentimento que falta hoje para a reconstrução de uma vida melhor.
Amados, amemo-nos uns aos outros, pois Deus é amor!
Hugo Feitosa
Texto iniciado em 20/08/2008 e finalizado 08/09/2008.
Pensamento do dia
A REVOLUÇÃO DO AMOR!!!!
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