sábado, 29 de dezembro de 2012

O Hospital




Numa conversa de final de expediente um médico fala ao outro:
- Estamos cada vez melhores. Menos pacientes com risco de morte. Acompanhamento ambulatorial bem feito. Todos os quadros – praticamente – evoluindo bem. acho que é o momento mais tranquilo do hospital.
Ao que o outro responde:
- É... Pena que esta melhora seja ilusória. Na verdade, não temos tantos pacientes em situações complicadas por que estamos sem socorristas! As pessoas não estão tendo a oportunidade de chegar até aqui. Estão morrendo lá fora. Enquanto nos preocupamos com nossos exames laboratoriais, há muitos pacientes de emergência morrendo sem que nem aventemos a possibilidade de ajudá-los.
E encerra o diálogo com uma frase que deixa o outro pensativo por um bom tempo:
De que adianta um hospital bem equipado e com bons médicos se não há socorristas que tragam os que realmente precisam para se tratar?

Hugo Feitosa,
Olinda, 25/12/2012

domingo, 23 de dezembro de 2012

Disponibilidade



Depois de ouvir muitas vezes esta música, na última ceia do ano, Deus falou especialmente comigo ao ouvir “Me ama” de Diante do Trono sendo ministrada pela Equipe de Louvor da minha Igreja.
De repente todas as minhas mazelas me vieram à mente e meus olhos se encheram de lágrimas ao pensar no quanto este Deus tão maravilhoso pode me amar mesmo me conhecendo tão bem.
Neste momento Deus começou a mostrar-me – através do episódio do Natal – uma característica interessante de Suas escolhas: O Cristo, digno de toda a honra, glória e louvor, quando de sua vinda a este mundo pecaminoso nasceu numa estrebaria.
Não! Maria não queria se hospedar ali. Havia lugares melhores! Ela e José tentaram estes lugares. Mas depois de várias tentativas frustradas o Cristo nasceu naquela manjedoura. Não tão limpa... Não tão confortável... Mas DISPONÍVEL!
De que adiantavam os lugares melhores se eles não estavam disponíveis para o Cristo? Talvez o maior mérito da estrebaria tenha sido estar disponível.
Foi aí que percebi que ser alvo do amor de Deus não tinha nada haver com méritos meus. O fato de ele querer me fazer casa não estava intimamente ligado com a pureza ou bondade de meu coração.
O que Ele estava procurando era um coração DISPONÍVEL! Talvez sujo como aquela estrebaria. Provavelmente bem inferior a outros que simplesmente rejeitaram o Cristo. Mas sedento pela presença do Cristo e saltando de alegria ao pensar: Toda a minha sujeira, desconforto e despreparo ficaram em segundo plano: O CRISTO RESOLVEU VIVER EM MIM!
A partir de então minha oração passou a ser: Senhor, eis aqui meu coração cheio de impurezas, sujeira e – muitas vezes – pulsando pelo pecado; se quiseres, ele está totalmente disponível pra Ti! Não por estar preparado para Te receber, mas por que ao Te receber até estábulos sujos tornam-se santos altares!

Hugo Feitosa
23/12/2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A colheita



Passava um pouco das 4 da madrugada e seu José já estava preparado para sair: Era dia de colheita!
Com tudo preparado, ele vai ao campo com a esperança de uma grande colheita, mas, ao chegar lá, a decepção toma conta de seu José: O que ele mais queria colher, não estava lá; enquanto algumas coisas que ele nem queria, haviam crescido, frutificado, e tomavam conta de quase todo o campo.
A partir de então, Seu José passa a – por vários dias – tentar outras estratégia de colheita: Sai mais cedo... Mais tarde... Vai a outros lugares... Leva outras ferramentas... E nada: tudo parece continuar do mesmíssimo jeito.
Em dado momento, seu José, que já não aguentava mais, muito irritado passa a esbravejar: fala mal das plantas, da terra, da chuva, do sol, de Deus, dos outros...
Neste momento, um velho sábio da região se aproxima de seu José e pergunta: posso dar-lhe um conselho? Seu José, plantador experiente; sabedor de quase todos os “macetes” da plantação, meio contrariado para e resolve escutar e velho sábio que, ao invés de longas explicações ou métodos inovadores faz duas simples perguntas a seu José:
            QUER TER UMA COLHEITA DIFERENTE? POR QUE VOCÊ NÃO COMEÇA MUDANDO AS SEMENTES?

Hugo Feitosa
Olinda, 08/06/2012

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Amor...

"Nunca é tarde demais... Pra descobrir o amor que vai além dos meus versos"!
 Ao ouvir, depois de dezenas de vezes, Fabiano cantando esta música de PalavrAntiga, me veio certa inspiração para escrever!

Não foi meu texto mais elaborado, nem profundo... Mas foi tão espontâneo que achei que valia a pena compartilhar com vocês!



O desenho é da minha amiga artista e, a partir de agora, ilustradora dos meus escritos, Juliana Sharlene! 


Amor:

Tão verdadeiro que abre mão até da felicidade pra ver o outro feliz...
Tão grande que nem cabe em mim!
Tão intenso que faz qualquer momento se tornar inesquecível...
Tão forte que é capaz de superar qualquer coisa!
Tão lindo que daria um filme, uma novela ou um livro...
Tão real que mostra o que, de fato, é a vida!
Tão importante que coloca todo o resto em segundo plano...
Tão bom que sempre deixa um gostinho de quero mais!
Tão mágico que transforma distância em saudade...
Tão vivo que nunca vai morrer!
Tão tão que só pra definir de um jeito...
AMOR!



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ensaio sobre a morte






Hoje é o dia em que, segundo a cultura cristã-católica-ocidental é comemorada a morte de Cristo.
Antes de qualquer coisa, gostaria de fazer um questionamento: Desde quando comemoramos uma morte?
Na verdade, não é a morte de Cristo o motivo que eu festejaria. Mas se considerarmos morte como o fim de algo, podemos chegar à conclusão de que á muito a se comemorar: Que tal comemorar a morte do poder do pecado? Ou comemorar a morte da sentença negativa a que todos estávamos sujeitos? Por que não comemorar a morte da desesperança? Ou mesmo, a morte da morte eterna pra nós?
Não obstante, é preciso perceber que há coisas em nossas vidas que, para nos deixar mais vivos, precisam morrer. Que tal – neste dia tão sugestivo – pensarmos sobre aquilo que – em nós – precisa morrer. Lembremo-nos que, muitas vezes, a morte é o grande segredo para se viver.
Matemos o que nos tem matado... Assassinemos – se possível hoje – desejos, anseios, sentimentos, medos ou qualquer outra coisa que nos ameace tirar a vida.
Assim como Cristo morreu para dar nos dar vida, não apenas precisamos “morrer”, mas muitas vezes matar aquilo que tem se interposto entre nós e essa vida que nos foi presenteada pela morte do Cristo.
Com toda a precaução que esta frase merece, e esperando que nenhum terrorista a tire do contexto para servir-lhe de embasamento teórico, termino este texto com uma convocação:

VIVAMOS, AINDA QUE PARA ISTO SEJA PRECISO MORRER... OU MATAR!

Hugo Feitosa
Olinda, 06/04/2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Nossa querida corrupção...





Nossa querida corrupção...


Quando ela nos é apresentada?
Quando aprendemos a chorar para conseguir o que queremos?
Ou será que é quando queremos pegar as coisas que julgamos melhores do nosso irmão?
Com o tempo, familiarizamo-nos...
Na escola – quer seja furando a fila da cantina ou “ajudando” o colega na hora da prova.
Com o tempo, seguimos – gradativamente – nos tornando corruptos mais rebuscados:
Superfaturando cargas de VEM (que no meu tempo era passe fácil)...
Ganhando notas por trabalhos que não fizemos...
Assinando atas de presença por pessoas que estão ausentes...
Fazendo “rolos” com cobradores de ônibus...
Superfaturamos, também, sentimentos:
 Fazemos várias pessoas, SIMULTANEAMENTE, acreditarem que são melhores amigos (as)...
Fazemo-las acreditarem, também, que são O MAIOR AMOR DE NOSSAS VIDAS!
Corrompemos dinheiro, tempo, notas, presenças, sentimentos...
A cada dia fazemos da corrupção nossa amiga inseparável!
Torna-se ridículo ser honesto quando se pode ser mais esperto!
Por que esperar o semáforo para pedestres ficar verde se dá pra atravessar com ele vermelho?
Por que pagar multas quando se pode pagar propina?
Certa vez ouvi a Ana Carolina falar:
“Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui se rouba”!
Então, apeguemo-nos, fortemente, às mãos da nossa querida corrupção!
Corrompamos até Deus para que ele aceite barganhar conosco e nos abençoe!
Corrompamo-nos vendendo nossa cidadania por valores ridículos!
Mas o que me deixa mais impressionado é o fato de que, depois destas e outras milhares de corrupções que praticamos, ainda temos a cara de pau de dizer que: OS POLÍTICOS SÃO CORRUPTOS!
Ah! É? Eles são e nós não?
Quem recebe a propina é corrupto! Quem paga, não?
Quem vende produto pirata é corrupto! Quem compra não?
Sejamos, ao menos, coerentes...
E assim, vivamos...
Mas com o cuidado de nunca ceder à tentação da honestidade!
Apeguemo-nos – sempre mais – à nossa querida corrupção!
Afinal, é ela que tem nos acompanhado desde o início.
É a base de nossa sociedade!
Então, não deixemos que estes inconformados loucos e sonhadores venham querer mudar a realidade!
Afinal eles querem nos separar de NOSSA QUERIDA CORRUPÇÃO!