sexta-feira, 15 de abril de 2011

ACHEI


Não costumo postar textos com intervalo inferior a 15 dias. Mas como a postagem passada foi apenas uma resposta ao Arnaldo Jabor, me permiti postar novamente, hoje.

O texto não poderia ter sido escrito em lugar mais inspirador: A orla de Olinda!
A figura, foi "tirada" do Blog da Ivani, lá de São Paulo. jeitinhodoce.blogger.com.br

Confesso que fiquei em dúvida quanto a escrever em 1ª ou 3ª pessoas, mas acabei optando por deixá-lo mais impessoal.

Enjoy It ;)

Achei

Todos deveriam ter algo que procurar na vida.
Na verdade, todos têm algo a encontrar. A diferença é que uns procuram, outros não. Mas sempre existe algo/alguém que é mais do que querer; é PRECISAR encontrar. E para encontrá-lo, a pessoa faz de tudo. Procura; corre atrás; faz de conta que encontrou; quebra a cara; tenta se contentar com menos, procura mais... Mas no fundo, continua mantendo a esperança de encontrar. Ainda que afirme que perdeu a esperança, continua mantendo-a. Analisando, exaustivamente, tudo que pareça ser. Muitas vezes tentando a difícil missão de convencer a si mesmo – de que achou, ou de que não quer mais achar.
Até que um dia, a pessoa olha para algo e afirma: ACHEI!
Não obstante não terem sido feitas as cansativas análises de sempre, a pessoa não ter dúvidas de que achou. Aquele aparente devaneio passa a se consolidar a cada momento que ele olha e reafirma: ACHEI!
Alguns ficavam felizes pelo ocorrido; outros zombavam e continuavam reputando como devaneio; afirmavam que o “achado” acontecera na hora errada; o máximo que os mais otimistas conseguiam afirmar era... Quem sabe?
E então toda aquela certeza começou a ceder lugar à dúvida. Achei! Achei? Achei, e daí? E agora? De que adiantou achar? Qual o sentido da busca? Achar não deveria vir acompanhado da felicidade?
Mas apesar de todas estas interrogações demonstrarem uma aparente ruína da certeza, no seu íntimo, a pessoa continuava – veementemente – afirmando para si mesma: ACHEI!
Ainda assim, as dúvidas, não se evadiam. Por que a indiferença do “achado” para com quem tanto o procurou? Seria melhor a ansiedade da procura ou a certeza de ter achado – ainda que acompanhado da angustiante sensação de “não ter sido achado”?
Até que um dia, a pessoa percebeu que algo havia se interposto entre o achar e a felicidade: O Medo. O medo simplesmente aniquilava todas as possibilidades de felicidade. Daí, ela descobriu que a solução para o problema do medo estava contida em uma simples frase: EU ACHEI VOCÊ. Que poderia, sem problemas, vir acompanhada de VOCÊ É O QUE EU PROCURAVA!
Quanto ao problema da felicidade? Este, a pessoa só desvendará depois de vencer o medo. Talvez o mesmo “remédio” sirva para os dois; talvez a felicidade exija um “tratamento” mais complexo; talvez achar não seja o caminho para a felicidade, ou mesmo nem seja o fim da procura.
E ao que parece, ao fim de tantos “talvez”, só uma certeza emerge: ACHEI!

Hugo Feitosa
Olinda, 14/04/2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quem é o louco, afinal?

Para uma situação atípica, resolvi fazer algo atípico.
Depois de ver um tweet do jornalista Arnaldo Jabor sobre a tragédia em Realengo, resolvi respondê-lo, também pelo twitter. Ao terminar a resposta, percebi que havia quase escrito um texto no twitter.
Frente à importância do assunto, resolvi "transcrever" o texto, exatamente como foi postado no twitter, com o intuito de:

- Mostrar que o twitter não impede a produção textual;
- Responder ao jornalista Arnaldo Jabor;
- Apresentar outro ponto de vista para que as pessoas possam refletir.

Algumas ressalvas para quem não é usuário do twitter:

- Sempre que aparecer "@realjabor", estarei me referindo ao Arnaldo. Este é o nome de usuário dele, no twitter;
- Como cada post, no twitter, tem que ter, no máximo, 140 caracteres, em alguns momentos abrevio palavras para me adequar à regra;
- Por este mesmo motivo, o texto está fragmentado e sempre terminando com {Cont} para os usuários do twitter terem a dimensão de onde começa e termina o texto.

Sem mais delongas, não tenho a ilusão de estar "à posse da verdade incondicionada", só espero dar argumentos para reflexão.

Eis o texto:

Quem é o louco, afinal?

Ainda não havia me pronunciado sobre a tragédia de ontem, no Rio de Janeiro, mas ao ouvir o comentário do @realjabor sobre o que {Cont}
Aconteceu, não pude me eximir d falar. O @realjabor, com uma opinião muito tirada de filósofos como Nietzsche, tenta transferir para {Cont}
Deus a responsabilidade pelo massacre. Talve o @realjabor não saiba, ou faça de conta que não sabe, mas o "garoto" tinha problemas {Cont.}
Psíquicos.Tinha traumas q não foram tratados. Entrou na escola com duas armas por falta de fiscalização. Nada disto é culpa de Deus {Cont}
@realjabor, Eu me sinto sim abandonado! Mas não por Deus. Me sinto órfão de um governo cuidador, protetor. De uma imprensa séria. {Cont}
Que fiscalize e denuncie as arbitrariedades contra a população de maneira SÉRIA! Órfão de entidades que funcionem na prática! {Cont.}
De três poderes que não se transformem em um, quando na mão de um único grupo. De educação de qualidade, de tratamentos d saúde como {Cont}
Como o que o nosso querido e heróico ex-vice-presidente teve, PARA TODOS! E, convenhamos, acredito que nada disso deveria "creditado" {Cont}
a Deus. Acredito até que é IRRESPONSÁVEL da parte de um pseudoformador de opiniões como o @Arnaldo_Jabor afirmar uma LOUCURA destas! {Cont}
A "garoto" q cometeu esta atrocidade é mais um monstro formado pela nossa sociedade, e não por Deus. O louco, definitivamente, não é Deus!

Hugo Feitosa
Olinda, 08/04/2011

Ah! sim... Não poderia esquecer de apresentar-lhes o que falou o jornalista Arnaldo Jabor para que possa haver uma reflexão com os dois lados do assunto. Segue o tweet postado por ele, e o link para ouvir o áudio completo.

Assassino do Rio de Janeiro foi o anjo da morte de um deus louco: Audio disponível no site da CBN http://glo.bo/eU1XDh